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Rodando à esquerda

  • Léo Bussinger
  • 29 de nov. de 2017
  • 2 min de leitura

O número crescente de mortes de jovens no trânsito é um importante dado que nos diz o quão ruim pode ser uma conduta que tem como objetivo a busca incessante por condicionar à fatores externos a causa de consequências negativas. Nosso sistema de formação de condutores é extremamente falho e criminoso quando, ao conceder uma CNH à um cidadão, atesta que o mesmo está habilitado a conduzir um veículo ao passar nas provas criadas e aplicadas por esse sistema. A realidade atual de que “AutoEscola ensina a passar na prova e não a dirigir” é, ao contrário do que faz parecer a mídia e o poder público, a grande culpada pelas mazelas atuais do trânsito; desde o congestionamento urbano ao acidente com óbitos numa estrada causado por falha humana.


A grande verdade é que, graças à imperícia e despreparo geral de seus partícipes, o trânsito nacional se tornou uma grande metáfora de nossa realidade política. Tanto motoristas quanto políticos em geral não entendem bem da máquina que estão operando, não sabem como exercer o seu papel em harmonia com seu semelhante, estão lá por comodismo, capricho e alguns casos necessidade e, quando cometem algum erro, muitas vezes geram consequências importantes para indivíduos que nada tinham a ver com suas ações. Como resultado disto, temos o 5º país do mundo com mais mortes no trânsito segundo a OMS e o 75º IDH do planeta.


O mote mundial de redução da responsabilização individual e creditação de cada vez mais deveres que a princípio são do cidadão, ao Estado, gerou consequências cada vez mais contundentes que, de forma muito cômoda e leviana, tem sido combatidas pelo ente público com cada vez mais coerção às liberdades individuais e “adestramento” do indivíduo que por comodismo ou ignorância acaba acatando, e isso inevitavelmente se reflete em nosso trânsito.


Seja o rodar teimoso e tranca-rua na faixa da esquerda (que consensual e legalmente é apenas para ultrapassagens), seja a incapacidade técnica de lidar com o automóvel em caso de um repentino sobresterço (quantos sabem o que é isso?) ou mesmo a incapacidade de casar corretamente a marcha com a intenção pretendida; A imperícia geral forjada pelo aparato estatal gera consequências graves e nós devemos ser o motor que promova uma mudança em nossa formação de condutores se quisermos continuar tendo o direito de guiar o que quisermos na hora que quisermos, pois não duvidem do governo em breve proibir isto alegando que veículos autônomos são mais seguros.


Estamos, aos poucos, perdendo o poder de decisão e responsabilidade sobre nossos atos em nome de uma segurança que, só se justifica, pois cada vez mais os cidadãos cometem erros irresponsáveis graças ao despreparo forjado por um Estado que não responsabiliza o indivíduo, pois se favorece disso garantindo que cada vez mais pessoas defendam Sua atuação ao abrirem mão sem perceber de sua liberdade em nome de sua segurança. Tempos sombrios estes…


Na dúvida:



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Criado e editado por Leonardo Bussinger F.
Rio de Janeiro - RJ

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